May 05, 2008

ZÉLIA DUNCAN

alma


Alma,
deixa eu ver sua alma
A epiderme da alma,
superfície.

Alma,
deixa eu tocar sua alma
Com a superfície da palma,da minha mão,
superfície

Easy,
fique bem easy, fique sem nem razão
Da superfície
livre
Fique sim, livre
Fique bem com razão ou não, aterrise

Alma,
isso do medo se acalma
Isso de sede se aplaca
Todo pesar
não existe
Alma,
como um reflexo na água
Sobre a última camada
Que fica na superfície,
crise
Já acabou, livre
Já passou, o meu temor do seu medo
Sem motivo, riso...de manhã, riso de neném
A água já molhou a superfície

Alma,
daqui do lado de fora
Nenhuma forma de trauma
sobrevive

Abra a sua válvula agora
A sua cápsula alma
Flutua na
superfície lisa, que me alisa, seu suor
O sal que sai do sol, da superfície
Simples, devagar, simples,
bem de leve a alma ja pousou, na superfície